quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Nossa Casa, Nossa Ruptura














Quem vai arrumar essa bagunça?
Quem vai aspirar o pó dessa ruptura?
Quem vai lavar as fronhas sujas
e o lençol com marcas de uma vida a dois?
Quem arrumará essa mala
meio pronta, meio rampa,
meio vão entre nós dois?
Quem decidirá caminhar
ao redor da casa e lembrará
que um dia não houve cortina,
escondendo nós dois?
Quem vai colorir essas paredes?

Quantas vezes,
minhas unhas foram pintadas...
e eu nem saí de casa!
Quantos dias as janelas ficaram fechadas!

Não devia haver solidão...
Quanta vida disperdiçada!!

(Me dei conta de que no fone tem musica tocando...
Corro pra ouvir )

Música não pode ser disperdiçada.
Vida também não!

Por isso...

Tenho tido sonos longos,
Tenho andado despreocupada...
Tenho apreciado meu progresso...
Café Espresso!

Tenho alimentado a vontade,
Tenho mudado!

Tenho monologado:
Que eu não aguarde a promessa de morte,
pra ver beleza no mundo!!!
Que minha pele não seja assolada por mais dor que
essa interna, pra eu me sentir confortada!

Na vida...
Os movimentos imprecisos,
A desarmonia e o desritmo...
Não deu dança!!
Mas deu música!

Vida...
não pode ser disperdiçada!!


Élida Regina Pereira

Texto publicado no projeto palavra é arte -poesia 100 ed.

6 comentários:

  1. Venho acompanhando suas últimas postagens, sabe... Mas sentindo seus textos tão intimistas, não achei que convinha comentá-los. Mesmo sabendo que poderiam ser fictícios... Só que andam reais demais pra qualquer ficção.
    Apesar do que escondem, aparentam-se em ótimas condições...rs
    Vida que segue, Élida! Força!
    Abraço!

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    1. Rsrs... Flávio, não sei dizer se felizmente ou infelizmente, mas de fato sou intensa demais e meus textos refletem isso! Meus textos mostram meus sentimentos as vezes em metáforas, as vezes, o que de fato é! Tenho percebido muitas curiosidades em relação ao que me motiva a escrever! Eu particularmente, gosto disso!! Obrigada pelas palavras!! Abraço!

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  2. O que dá prazer não pode realmente ser desperdiçado.A ruptura te rouba alguma coisa (a dança, talvez), mas ninguém pode te tirar a música.
    Abraço!

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