terça-feira, 30 de abril de 2013

A amizade e a dança!

Sonho dançar, mas lá estou eu, entre cordas e nós, entre pregos afiados que penetram e machucam minha pele e minha alma. Estou entre facas e lanças afiadas, entre tochas e tições.
Continuo eu, entre palavras e ameaças, entre socos e tapas, entre dívidas e compromissos morais que me sufocam, com intenções explicitas de me aniquilar.
Me sinto como uma formiga acuada  entre a vergonha e a humilhação. Veja,  estou de mãos dadas com a esperança, aguardando o carinho do único amor que tive. E de novo, como o machado que corta o tronco, o carinho foi arrancado de mim.

Não foi possível dançar!

Mas... Conheci alguém! Uma mulher, linda. Ela até parecia feliz e livre. Quando ela sorria, parecia florescer a primavera. Podia vê-la num campo a correr, longe dos entulhos e torturas que eu vivia. A via tão superior e melhor que eu.  Me aproximei dela e em sua intimidade ela era infeliz. Instalou uma cortina, para não mostrar a cela que vivia.

Um dia ela disse que me achava bonita. Me senti feliz, como Don Lockwood em cantando na chuva. Ninguém havia me dito isso antes. Mas além de dizer, colocou diante de mim um espelho e me mostrou como eu era linda sorrindo. Ela me fez renascer, cantou pra mim, me chamou de irmã, disse que eu tinha valor e que ninguém podia tirar minha alegria. Descobrimos que, juntas, nós seríamos fortes!

Com ela me fortaleci, desatei os nós, usei os pregos, as facas, as lanças, as tochas e os tições para me libertar.  Da janela, já sem cortina, pude ver o outono, o verão, o inverno e a primavera, mesmo fora de estação e ordem.

A convidei pra dançar...
E com ela eu dancei, dancei com a espontaneidade que só quem tem seu corpo livre pode ter.




Élida Regina









sábado, 27 de abril de 2013

A MÚSICA EM SUA IMENSIDÃO e eu!!


Ela ecoa num universo vago e preenchido, que é só meu.
Ela me atinge com a força de uma flecha e  faz minha alma desaguar, como um mar, em qualquer lugar.
Ela não me conhece, e eu não posso viver sem ela!

E eu... Não consigo controlar.
A persigo, a sequestro, sem resgate de outro requerer. É ela, apenas ela, com suas sensações que quero.
A quero impregnada em mim...
Na minha alma.  Na minha pele.
Onde eu for... Em parceria com a alegria que em momentos sinto. Com a angustia que constantemente sinto. Com a reflexão que sempre faço. Com a nostalgia que trago.


A MÚSICA... e eu, pequenininha perto de sua imensidão, louca para que ela se transforme em ondas gigantescas e me arraste consigo.
Ansiando ser envolta por ela, como as chamas em produtos inflamáveis.
Trago-a comigo e a trago em fumaças e resquícios.
Sonho, que as tragadas em volumes e sons,  se transformem  em pintura no céu, no ar, no respirar.
Quero, que as experiências e emoções de outrem, como tatuagem, fiquem marcadas em mim.
Desejo, que mesmo sem técnica, mas com história e sentimento, ela use a sua delicadeza para penetrar o labirinto fino, escuro e dúbio que é o Eu.


Élida Regina

Texto publicado no projeto palavra é arte- poesia 100 ed.

Ah! o amor... e suas (des)construções!

Vai que ele entre em minha vida devassando tudo que encontrar, destruindo toda falsa convicção que em mim possa estar.
E se me levar até o campo da incerteza e me deixar sem certezas, a pensar? E se ele vier de longe cheio de histórias pra contar? E se ele trouxer uma sensibilidade em seu olhar e eu me sentir trêmula toda vez que ele me olhar?

Vai que ele me convença que viver é melhor que teorizar e que estou amarrada num ângulo sem vivenciar.
E se com ele eu encontrar o companheirismo e a amizade pra variar? E se ele me entender com todas as complicações que tenho no meu ser? E se respeitar  os momentos que quero me preservar?

Vai que ele adentre a minha alma e me convença que viver é sonhar e sonhar é viver.
E se aceitar os detalhes espalhados nos gestos, nos olhares e no falar? E se ele me mostrar que a rejeição é punição e eu mereço amar? E se provar a relação entre o discurso e a ação?

Eu sonhei com você?

É.. você entrou na minha vida!
Devassou tudo que encontrou, destruiu minha falsas convicções e me deixou a pensar. Me convenceu que viver é melhor que teorizar.Se tornou meu companheiro e meu amigo. Entendeu todas as minhas complicações. Respeitou meus momentos de preservação. Me mostrou como é bom amar e provou que sabia amar.

É... mas mesmo assim, me provou que não poderia deixar de me magoar. Que não foi sincero ao negociar. Que é capaz de enganar. E até dissimular!
Me fez chorar!


E depois...
Me provou que podia se amargurar. Encarar o fato de errar. Se arrepender por me enganar.

E todos os dias...
Uma sombra a nos rondar. Uma marca, sem condições de apagar!!




Élida Regina



De poucos amigos...


Amizade sempre foi sinônimo de coisas boas, bons sentimentos, ótimas parcerias.  Mas na real... Nem sempre é assim!  Muitas vezes as amizades são invasivas, cheias de cobranças... Até parece um emprego! É evidente que isso acontece pela lógica atual da sociedade, pelo que nos transformamos. Somos seres egoístas, interesseiros e nunca estamos pensando no bem comum, sempre no nosso próprio umbigo (isso em âmbitos gerais).  Muitas pessoas não querem admitir, mas todas as relações são baseadas na troca (dependendo a troca isso é maravilhoso). Mas... E as pessoas que não estão interessadas nessas "parcerias", que são quase empresariais (de tanta obrigação), estão condenadas a NÃO ter muitas vezes, seus sentimentos correspondidos? Talvez sim!!
Sou uma pessoa muito reservada, que não me incomodo em passar um final de semana inteiro em casa, sozinha, sem falar com ninguém. Adoro viver assim!! Ler um texto, assistir um filme, misturar tintas, pintar um quadro... preciso desses momentos pra saber o que penso e o que sinto (Tá.... você pode estar pensando como-eu-só-penso-em-mim!)! É ISSO QUE EU QUERO!! EXATAMENTE ISSO!! PENSAR EM MIM!! Porém, essa decisão foi tomada exatamente por pensar também no outro!
Passei uma fase da minha vida, cheia de pessoas que eu admirava e admiro até hoje, sem saber quem eu era. Deixava que as pessoas falassem por mim, me adequava ao que era mais aceito por elas. Mas, chega um momento que devemos dizer: - "Opa!! pera aí!!" Eu penso!! Sou capaz de desenvolver habilidades, de falar por mim e me libertar dessa relação que eu mesma me coloquei!!" Se eu não estou bem e confortável com esse tipo de relação,consequentemente o outro não estará.
Sempre que penso nas amizades que estão fora dos meus laços consanguíneos e conjugal, percebo que não obtive sucesso nelas, nunca consegui mantê-las na forma que se espera uma amizade. Espera-se, que uma amizade seja  parceria e presença contínua. Sempre magoei as pessoas que considerei amigas, geralmente por minha ausência. Quando vivenciei uma situação de extrema dor pelo término de uma amizade, fiz uma escolha:  Não quero ter amizades "colas"! Tenho laços de amor e amizade muito forte com a minha família e meu amante (realmente amado), que é o único que eu tenho constantemente comigo. Tem um número gigantesco de pessoas que eu tenho sentimentos afetuosos!! Quero ter um número de pessoas ao meu redor, que me possibilite também pensar em mim! Essas amizades repletas de obrigações  nos sugam a ponto de não termos tempo pra nós! É muito importante pra todos, saber quem é ou está, para se colocar no mundo. Se dedicar apenas ao outro, ou criar conflitos pela falta de dedicação e ainda insistir que é o amigo presente que o outro espera, não é saudável pra ninguém. Passei por isso... sofri e fiz outras pessoas sofrerem.
Aprendi com uma pessoa que amo muito e sempre soube respeitar e exigiu respeito em relação ao tempo que queremos pra nós, que EU SOU A MINHA MELHOR AMIGA... Não existe melhor amigo pra você do que você mesmo! Era o que ela sempre dizia... guardei isso pra mim! Sendo uma boa amiga pra mim, serei uma boa amiga para outros. Como seres sociais não conseguimos viver sozinhos e acredito que nem é isso que queremos... Queremos amar e  ser amados!  Mas definitivamente, não quero  amizade com obrigações.
Ser introspectiva e meio anti-social não quer dizer que não penso em nada além de mim! Perceber que o que temos pra oferecer muitas vezes magoa mais o outro do que o fortalece, nos faz tomar essas ou outras decisões, pensando em nós E no outro!!

Élida Regina



Acalanto!


Vento... como és importuno em certos momentos! Faz os pelinhos do meu braço festejar e pular e também faz meu corpo contrair, como se meus órgãos estivessem amarrados uns aos outros, sendo puxados de uma vez. Ah! mas tem momentos Vento, que com sua brisa me refresca o corpo e a alma, me envolve numa melancolia nostálgica com a sensação delicada de viver e reviver o momento mais pleno da vida.


Mas  Vento,  não és o único a colocar meus pelinhos e me colocar a  festejar... Quando me ponho no colo de uma tal Cadeira e ela  me  recebe com carinho, me transmitindo a sensação de alívio depois que todos os meus músculos decidiram se contrair, por se sentirem acuados com tantas tempestades de preocupações, abstrações e o  "pode ser que aconteça"... Eis que, minha razão decide me dar uma trégua e essa tal Cadeira e seu abraço são símbolos importantes, representam meu alívio.

Na verdade tal Cadeira, és a minha premiação quando me sinto leve. Por isso,  você bem que poderia se unir a força que a consciência me dá,  e me chotar do seu colo quando achar que estou ficando acomodada demais, pra que eu possa caminhar com o Vento, aliviada, descansada,  consciente, cheia de energia e força pra começar tudo de novo.. Pra viver o igual de forma diferente e no final repousar em seu colo.


Élida Regina

terça-feira, 23 de abril de 2013

Entre a tristeza e a saudade... a morte!


Triste, Laura caminhava pela rua cada vez mais rápido. Trêmula, retirou a chave da bolsa. Demorou alguns segundos para abrir o portão, entrou e  o encostou. Caminhou pelo corredor até a porta, abriu-a com uma rapidez desesperada. Ainda trêmula, entra e fecha-a logo em seguida. Já do lado de dentro, encostada na porta, Laura chora, chora num profundo desconsolo, suas pernas vão perdendo a força e seu corpo desliza de encontro ao chão.

Sentada no chão, ela ficou a chorar por algum tempo. Levantou-se e caminhou até seu quarto, se pôs  diante de um painel de fotos que ficava na parede do lado direito do quarto. As fotos compunham momentos importantes de sua vida. Retirou uma delas do painel e leu no verso:  
“Mãe, sentimos muita saudade, estamos bem! Você virá para a festa de Natal? A vovó manda beijos pra você. Te amamos muito!
                        Caio, Bruna e Carla
                        17 de setembro de 2010
                        Ilhéus, Bahia.”


Ainda chorando, apertou a foto sobre o peito e a devolveu ao painel. Seguiu até a cozinha, abriu a gaveta do armário e retirou uma faca. Prosseguiu até o fogão, pegou uma caixa de fósforo, voltou ao armário, abriu uma porta, retirou um litro de álcool e seguiu novamente até o quarto. Calmamente colocou os objetos no chão e enxugou as lágrimas. 

Agora, Laura observa o painel com um aspecto recuperado e viril. Delicadamente ela liga o aparelho de som e coloca para tocar, em altíssimo volume a música “Lanterna dos afogados”, na voz do grupo Paralamas do Sucesso. Laura sente a música penetrar sua alma, passa a mão fortemente em sua barriga, puxa pra si a  sua bolsa que está próxima, retira um envelope e abre com rapidez. Seus olhos seguem todas as letras que estão naquele papel e paralisa na palavra: POSITIVO. 
Se abaixa e pega o litro de álcool. A música toca. Laura derrama o álcool sobre o corpo. Se abaixa pela segunda vez, pega a caixa de fósforo e a faca. Com a mão direita, segura a faca com a lâmina virada para o seu corpo na direção de sua barriga e na mão esquerda segura a caixa de fósforo. A música continua a tocar... Laura tem um olhar seco e frio. Ela pronuncia com vivacidade junto com a música:

- “♫ Há uma luz no túnel pra os desesperados!♪”


Com muita força... Laura finca rapidamente a faca na barriga por duas vezes. Seu olhar continua seco e frio. Solta a faca , abre a caixa de fósforo e novamente pronuncia, já sem vivacidade na voz...

- “♪ Há um cais no porto pra quem precisa chegar!”

Risca o fósforo com as mãos  trêmulas, e no mesmo instante uma imensa labareda a envolve.



* Baseado em uma história real

Élida Regina 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Aconteceu Comigo!

Saí de casa para filmar,  com uma bolsa atravessando o meu ombro e, paralelamente a bolsa, uma filmadora (que era profissional!). Fui seguindo com intenções de chegar até o centro da cidade de São Bernardo do Campo, peguei um ônibus, mas desci no ponto errado! Me senti confusa. Ao mesmo tempo em que achei que estava numa rua entre o Jardim Nascimento e Nova Petrópolis,  estava em Mauá.
Ao perceber que desci errado, no mesmo momento dei sinal pra entrar em outro ônibus. O ônibus parou e o motorista me olhou com um olhar agressivo que demonstrava intenções sexuais, e eu entrei. A bolsa pesada, juntamente com a filmadora dificultou um pouco a minha subida no ônibus, mas subi. Remexi na bolsa procurando as moedas e encontrei o valor de dois reais e cinqüenta centavos para pagar a passagem, mas, o motorista me informou que o valor da passagem era nove reais.  Me assustei, automaticamente disse que ia descer (afinal de contas contei as moedas para pagar dois reais e cinqüenta, não tinha nove reais). O Motorista nervoso disse que eu não iria descer e fechou a  porta. Entrei em  pânico. Ele insinuou com um olhar que eu iria pagar nem que fosse sexualmente.
Uma mulher deu sinal e o motorista parou o ônibus.  Ela entrou no ônibus, pagou a passagem e empurrou a catraca. Aproveitei a oportunidade e empurrei com toda força que tenho e passei também a catraca com a intenção de descer pela porta traseira, mas o motorista fechou a porta ( ônibus estava vazio, só tinha eu e a mulher). No desespero surgiu em mim uma força que normalmente não tenho. Empurrei a porta, consegui abrir e desci do ônibus em movimento (quase me “estatelei”!).  
Saí correndo e o motorista desceu do ônibus falando ao telefone extremamente nervoso. Continuei a correr e pedi ajuda para uma moça magrinha, negra que estava na rua: --“Por favor, me ajude a me esconder!”, ela me puxou pela mão sem me perguntar nada e me levou pra dentro de um bar ( é tão raro alguém embarcar numa dessa sem saber de nada!), eu fiquei lá agachada,  aguardando em pânico. Em alguns minutos começou a surgir um número razoável de pessoas a minha procura.
Uma mulher negra com tranças veio investigar (provavelmente uma policial, a pedido do Sr. Motorista). Parou num carro vermelho e perguntou se alguém havia visto uma pessoa com as minhas características. Todos negaram e no mesmo momento eu me levantei e apareci. Ela olhou pra mim desconfiando que seria eu quem ela procurava. Numa atitude desconfiada, pediu pra que eu me virasse, pra observar se o meu quadril correspondia às características em questão. Ficou na dúvida e apertou a minha a mão como se estivesse se despedindo. Olhou bem nos meus olhos e agiu como se estivesse recebendo um ser espiritual que dizia que era eu quem ela estava procurando (surreal). Num ato de desespero e defesa eu comecei a bater palma e rir ironicamente e ainda disse a  ela que ela era uma atriz mediana. Ela me dirigiu um olhar curioso e eu firme na minha ironia, reforcei dizendo: Existem três níveis: baixo, médio e alto... Você é mediana!!  Essa atitude começou a irritá-la, logo apareceram pessoas que se apresentaram como meus amigos,  me propondo ajuda.  Nesse instante eu fiquei desesperada, sem entender o que estava acontecendo (parecia até pegadinha, mas com muito drama!).  
Logo apareceu um conhecido, que era verdadeiramente meu amigo, me abraçou e eu comecei a chorar. Enquanto eu choro, a mulher, já fora do bar, grita extremamente nervosa comigo, mas não consigo compreender nada do que ela diz. Na sequência chegou uma ex-amiga (estávamos sem nos falar, pois havíamos brigado) pra me ajudar. Ainda com um estranhamento do que de fato aconteceu entre nós, ela me disse que iria arrumar um lugar pra eu ficar, até resolver e entender o que estava acontecendo. Nesse momento eu estava cercada de “amigos” que eu nem conhecia. Ela  pediu pra que eu fosse até um prédio próximo ao local, disse que lá havia uma pessoa chamada Débora que iria  me ajudar.  Antes de ir, eu olhei pra ela e disse em voz alta, me aproximando para abraçá-la: “Eu te amo e te amei cada segundo que você esteve longe!”, nos abraçamos e ela disse: “Eu também te amo”. Segui até o prédio acompanhada dos meus “amigos”.
Quando eu entrei no prédio, vi que era um prédio belíssimo, de luxo. Tinha uma iluminação ótima, móveis claros, era um lugar muito bonito. Subindo a escada eu passei  em  frente de dois apartamentos. De um lado, um dos apartamentos estava com a porta semi-aberta e eu pude ver que estava havendo uma sessão espírita onde uma senhora psicografava. Olhei pra o outro lado e vi uma moça belíssima, bem arrumada com tons claros, uma blusa bege, uma saia azul clara e um sapato escarpam prata sentada naquele belíssimo quarto, totalmente estática em uma cadeira de rodas. Tudo me pareceu muito sinistro.
Chegamos ao apartamento da Débora que iria me abrigar. Batemos na porta, eu e meus “amigos”. Ela abriu a porta. Tinha um aspecto de uma pessoa louca, uma camisola bege longa e larga, cabelos cacheados até o pescoço, usava óculos e tinha trejeitos que me fez pensar que era louca. Demonstrava uma inquietação e uma falta de constância no olhar, mas  me abraçou e me perguntou com entusiasmo, se eu era a Élida e disse: Seja bem vinda!
Quando entrei no apartamento com os meus amigos, entrei em desespero, não me sentia segura ali dentro e sabia que lá fora também o perigo me aguardava. Comecei a chorar novamente, completamente desesperada, segurando os cabelos, quando o telefone tocou...
Agora não é mais sonho é realidade, acabo de ser salva do pesadelo!
Foi apenas um sonho... Era minha irmã me ligando!!
Kkkkkkkkk

Élida Regina

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Vida montada, hora de expor na vitrine virtual!!



O que estamos fazendo com nossas vidas? Se é que podemos chamar o que temos de vida...

Com certeza muitas pessoas já se fizeram essa pergunta... ou não!! Afinal, estamos vivendo o momento em que elas não se permitem nem pensar sobre sua própria condição... não existe tempo pra isso! 
É impressionante como as pessoas estão projetando uma imagem de vida através de todos os meios de comunicação e redes sociais onde, NADA CORRESPONDE AO REAL, tudo é milimetricamente articulado para a exposição. Vida montada, hora de expor na vitrine virtual!!


Sempre me incomodo, quando estou em lugares públicos como em bares, ou até mesmo alguns encontros com familiares e amigos na residência de alguém e  todos estão conectados a sua falsa vida virtual e simplesmente se reuniram para comer ou por uma mera obrigação.  É mais fácil montar uma vida cheia de amigos virtuais, do que ter convivências verdadeiramente humanas, com suas problemáticas e contradições? Pelo visto, sim!! Se fizemos essa escolha porque ainda nos sentimos tão sozinhos e visivelmente miseráveis? Será que é porque estamos muito distante do real? Vejo uma família inteira, reunida numa mesa, cada um com um celular, ipod, iphone, tablet e ninguém conversando. Me pergunto, porque deixamos usurpar de nós a convivência verdadeiramente humana? 


Estamos vivendo em uma sociedade doente... estamos doente internamente por nos sentirmos sozinhos e adoecemos toda a sociedade pela contaminação. O ser humano só é humano se estiver num processo de socialização humana (humana no sentido mais amplo que essa palavra pode ter).
Algumas teorias sobre a  tecnologia  e os jovens dizem que muitos se valem delas para a socialização e aprendizado.A tecnologia faz parte das nossas vidas e não acredito que ela deva  ser totalmente descartável mas, devemos nos perguntar: Que tipo de socialização e aprendizado? Está na hora de repensarmos o mal que o excesso tem nos causado. Quanto mais nos aprofundamos nessa forma de socialização e aprendizado, mais distante estamos da realidade e mais próximos da alienação.
Precisamos dar espaço para diferentes formas de socialização e aprendizado. Inclusive, devemos pensar na possibilidade de retomarmos algumas antigas formas de socialização e aprendizado.
Como disse David Howes: Se não 'retornarmos aos nossos sentidos', teremos perdido permanentemente a oportunidade de construir alguma alternativa significante à pseudo-existência que tomamos por “vida” em nossa atual ‘Civilização da Imagem’ .


Élida Regina

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A Contradição do Simples

Simples é sentir... Sentir o ar, sentir o cheiro, usar o tato, ouvir uma canção, uma poesia ou uma simples conversa... 
Sentar no chão... 
Simples também pode ser humildade, não aquisição de bens supérfluos... Tudo isso é Admirável, mas não é simples!! A simplicidade não é admirável quando se reduz o mais importante do humano... Pensamento simplista, sentimento simplista, falta de conhecimento e ignorância... Isso é lastimável e não é simples!!



Élida Regina Pereira