sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Sobre a vida


Este corpo que minha alma abriga, as vezes, sente como se estivesse se equilibrando num terremoto. Um dos movimentos da vida, que sem piedade destrói estruturas e chãos. E nessa devastação deixada, um movimento lento e aparentemente mágico, reconstrói o chão e o equilibrio diante do tremor se  transforma em um elegante chacoalhar... É a vida em meu corpo dançando!

Élida Regina Pereira

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Minha individualidade na coletividade

Tenho pensado constantemente que vida realmente vivida é movimento, com coragem, garra, com fracasso, mas também recomeços. As vezes precisamos de reclusão pra nossa alma transparecer, as vezes precisamos de sol. É maravilhoso ver progresso em si mesmo, daqueles que a gente percebe quando mesmo nos momentos difíceis, você sabe que fez a escolha certa, que nada, realmente nada, substitui o aprendizado. Óbvio, aprendizado vem em diversas formas, mas minha paixão é aprender vivendo. Tenho observado histórias, as vezes, a vida alheia mesmo, num ângulo bem superficial, mas que, dependendo do tempo de observação, é possível ver as escolhas e os resultados. A vida tem me ensinado o respeito às histórias, escolhas e opiniões alheias. Tem me mostrado que evolução só se compara consigo mesmo. Cheguei à fase da satisfação. Satisfação por estar aprendendo a ser persistente no que quero pra mim e por a vida estar me presenteando por isso. Quem me conheceu na intimidade, viu uma pessoa que não existe mais. Passei por uma reconstrução e segui construindo. Já disse, há tempos não sofro da ausência de mim mesma e isso é maravilhoso. Decidi, não ser uma pessoa intelectualizada ou acadêmica, mas nada tira de mim a observação do mundo, as indignações, o apreço pelo conhecimento, pela leitura e teorias. Mas a beleza do conhecimento vem da simplicidade, do se fazer entender, de se ver livre da pretensão de impressionar. É 'engraçado' me perceber envelhecendo e me abrindo ao novo. São tantos detalhes me mostrando todos os dias minhas potencialidades na individualidade e na coletividade e minha facilidade de adaptação, que não existe forma de eu não me sentir satisfeita com a minha existência. Tenho vivido com leveza, tenho tido paz.

Élida Regina Pereira 


Dedicatória

Se a imagem que fiz pra você parece torta,                        
Talvez seja porque minha alma é torta!
Só queria que tivesse um pouco de mim contigo.
Prometo. É um  antigo ligo.
Guardo estrelinha,
um sibólico e simples objeto,
cheio de afeto, naquela caixinha.
A caixinha azul do armário,
Nosso relicário...
Guarda Estrelinha,
nossa alma na caixinha!

Élida Regina Pereira


Texto publicado no projeto Palavra é Arte - Poesia 100 ed.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Invisibilidade

Parece que nada marcou de fato.
Os projetos inacabados,
os sonhos apenas sonhados...
Eu, que sou escuridão por dentro,
transparecida pelo nada...
Fui apagada!

Sou um pontinho preto
Na escuridão!

Fui grandiosa, fui atriz,
fui rainha...
O tempo se foi sem companhia.
E eu, nem  pude rever meus 'eus'.

As grandiosidades eram EU!
Onde eu me encontro?
Naquele baú escuro,
no quarto escuro da minha vó?

Sou uma anomalia
nessa estranha atmosfera!

Tive atos de bravura e coragem,
me orgulhei e quando olhei pra trás...
Eu vi...O nada!
Nem mesmo solidão!

Sou um pontinho preto
Na escuridão.

Amei, odiei, sonhei, acordei, protestei,
compadeci, agi, desisti, calei, obedeci,
respondi, contrariei, argumentei, errei,
acertei, aprendi, aprendi e aprendi.
E tudo isso ficou,
ficou nessa escuridão interna...
Que eu e eu, nem me encontro,
me sinto por perto,
mas não me vejo...
não me veem.

Eu me via explosão constante,
mas na verdade,
sou implosão cortante!
Sou  imensa, quase infinita,
Sou cosmopolita.

Como sou possível?
Estou eu em transe?

Acordo,
caminho pela rua,
vejo pessoas,
a vida segue...

Um trabalho maçante,
uma vida mesquinha,
um egoismo marcante...
Uma pessoa vazia?
Não, eu Não!

É hora de dormir.
As imagens de humanos desumanos
me pertubam, me assustam...
Mas...
'Bora' sonhar que a realidade
não mudou não!

Sou um pontinho preto
na escuridão.

Élida Regina Pereira

Texto  publicado  no  projeto  Palavra  é Arte - Poesia 100 ed.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Lá fora

Amor,
Lá fora há guerra...
Onde pisaremos se não há chão que não
seja minado?
Em todos os lugares há corpos assolados.

Nós?!
Ficaremos nesse eterno flutuar,
aproveitaremos pra dançar
Nessa sensação gostosa de deslumbrar
O apaziguar.

Amor,
O mundo é triste.
Não se lance nessa monótona e
gélida  solidão.
Permita-se o acompanhar.
Amor nesse mundo gélido,
É contrariar.

Juntos,
Acreditaremos que,
O chão se 'recomporá',
Tudo passará...

E assim...
Dançaremos numa valsa circular...
Veremos o sol raiar.
Depois...
Deixaremos tudo pra depois.

Élida Regina Pereira

Texto publicado no projeto Palavra é Arte- Poesia 100 ed.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Nossa Casa, Nossa Ruptura














Quem vai arrumar essa bagunça?
Quem vai aspirar o pó dessa ruptura?
Quem vai lavar as fronhas sujas
e o lençol com marcas de uma vida a dois?
Quem arrumará essa mala
meio pronta, meio rampa,
meio vão entre nós dois?
Quem decidirá caminhar
ao redor da casa e lembrará
que um dia não houve cortina,
escondendo nós dois?
Quem vai colorir essas paredes?

Quantas vezes,
minhas unhas foram pintadas...
e eu nem saí de casa!
Quantos dias as janelas ficaram fechadas!

Não devia haver solidão...
Quanta vida disperdiçada!!

(Me dei conta de que no fone tem musica tocando...
Corro pra ouvir )

Música não pode ser disperdiçada.
Vida também não!

Por isso...

Tenho tido sonos longos,
Tenho andado despreocupada...
Tenho apreciado meu progresso...
Café Espresso!

Tenho alimentado a vontade,
Tenho mudado!

Tenho monologado:
Que eu não aguarde a promessa de morte,
pra ver beleza no mundo!!!
Que minha pele não seja assolada por mais dor que
essa interna, pra eu me sentir confortada!

Na vida...
Os movimentos imprecisos,
A desarmonia e o desritmo...
Não deu dança!!
Mas deu música!

Vida...
não pode ser disperdiçada!!


Élida Regina Pereira

Texto publicado no projeto palavra é arte -poesia 100 ed.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Eu engoli uma pedra

Eu engoli uma pedra a cada descoberta.
Quando me mostraram a separação entre o norte e o sul do Sudão.
Quando eu vi jornalistas presos por exercer sua profissão.
Quando eu percebi que no Brasil a vida está por um fio.
Quando Senti as dificuldades da peregrinação.

Eu engoli uma pedra...
Quando me mostraram as vitímas da religião.
Quando percebi que acreditar é em vão.
Quando vi homossexuais assasinados por nada.
Quando percebi que a beleza da criança é usurpada.

Eu engoli uma pedra...
Quando percebi que ser mulher padronizada conduz a mediocridade.
Quando fui insultada pela minha nacionalidade.
Quando vi conspirações políticas destruindo vidas, sonhos e pesquisas.
Quando vi o palhaço morrer triste.

Eu engoli uma pedra...
Quando senti o racismo na pele.
Quando descobri a história da colonização.
Quando percebi que por motivos banais se faz uma guerra.
Quando fui chamada de ‘vagabunda periférica’.

Eu engoli uma pedra...
Quando vi os conflitos na faixa de Gaza.
Quando descobri a situação do povo haitiano.
Quando percebi que o mundo não me daria chance.
Quando fui traida enquanto amava.

Eu engoli uma pedra...
Quando senti que a saudade tem efeito venenoso.
Quando percebi que a vida é campo perigoso.
Quando vi mulheres violentadas e assassinadas.
Quando percebi que estava errada.

Eu engoli muitas pedras 
e EM pedras não nascem flores!
Mas, ENTRE elas… 
Nascem rosas!

Élida Regina Pereira


Texto publicado no projeto palavra é arte - poesia 100 ed.






quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A Militante

Pra moça do primeiro andar de alguns edifícios, já era sabido que felicidade plena não teria, por ser inexistente. Não ela, mas a felicidade. Mesmo ingênua, ela achava que havia algo errado no mundo, na religião e nas pessoas que ela considerava malvadas por a machucarem com palavras e as vezes, sem nada concreto, apenas sentimentos desconectos ao dela. 

Ela, que recentemente percebeu que sempre viveu no primeiro andar e considera isso uma simbologia interessante, quando criança era triste sem saber o porquê. Parecia tudo fora de lugar pra ela. A família a achava sentimental demais. Na escola ela nunca foi popular, sempre teve dificuldade com as amizades. Era rejeitada pelos grupos e muitas vezes, ela até gostava, precisava ficar só.

Gostava de ler livros de romance, mas não era o príncipe que a encantava, eram as emoções que ela captava, muitas vezes, focava nas lágrimas. Viajava nas descrições das ruas, dos parques, das cidades e das paisagens. As vezes, ela achava que já conhecia Londres e pensava no inverno e nas folhas secas e amarelas no chão. Não se interessava pelos acontecimentos reais passados nos telejornais. Quando adolescente, se escondeu embaixo das cobertas todas as tardes. O tempo que podia se esconder do mundo, se escondia. 

Aos 14 anos, ela começou a se posicionar em defesa dos trabalhadores em discursos timídos com o pai depois de ler a apostila de história. Ela ia e vinha do real a fantasia. Se perguntava: "Se deus criou todas as coisas, quem criou deus?" Quando ela pensava alto, alguem se indignava e dizia: -"Ela não é o que parece, mas não sei o que ela é." Nem ela sabia ainda o que era.

Na adolescência ela não se informou sobre muitas coisas, mas era uma sentimental observadora. Observando, ela foi fazendo suas escolhas. Quero isso... Não quero isso! E nessa observação sentiu que precisava de conhecimento. Não queria ser como as vizinhas, a mãe, as tias... decidiu que não precisava ser 'isso'!

Colocou sua vida na contramão de todos a sua volta. Encontrou pessoas que falavam sobre história pra ela e ela podia ficar horas e horas ouvindo sobre o renascimento e as revoluções. Se indignava com a atenção que essas pessoas davam a ela como se ela não merecesse. Era insegura e tímida. E todos que olhavam pra ela, não viam nada além de um futuro previsível para os não pensantes. Ela mal falava, o negócio dela era ouvir. Embora ela também gostasse de falar, não era com todos, ela selecionava.

Ela queria um mundo diferente, mas era calada e quem a cercava achava que revolução tinha que ser gritada. Mas o que ela queria mesmo, era revolução interna. Achava os discursos coerentes, bonitos. Mas não sonhava em discursar. Sonhava viver... aplicar as ideias revolucionárias. 

Por ela não confiar em si mesma, deixou pessoas dizerem de diferentes formas que era incapaz. Se ela produzia algo, as apostas eram que a produção era de outro. E quando se manisfestava dizendo que era ela... O espanto! Alguns "brincando", a chamavam de burra. As poucas vezes que ela se manifestava com uma observação ou complemento ao assunto que era visto como "intelectual", todos faziam festa, como se estivessem comemorando os primeiros passos de uma criança. Ela sabia como a achavam 'pouco'.

Um dia, disseram  pra ela, que ela não era boa parceria, talvez, apenas para uma conversa esporádica num bar. Ela sentiu forte essas palavras, mas aceitou como recomeço, mudança de ciclo. Se permitiu novas amizades, amores, emoções e realizações com apenas sua assinatura, sem intervenções.  

Seguiu com seus projetos de revoluções internas e sentia que contribuia de forma delicada onde atuava. Delicada, mas não apagada. Mudou tudo. Sua casa já não era a mesma, o telefone também não. No ciclo novo ela encontrou compreensão de si mesma e da amizade que não a queria apenas para a mesa de bar, era pra tudo e pra todos os momentos, bons e ruins.

Ela não esperava felicidade, mas já sabia como era andar com os ombros leves e ver a vida se movimentar. Pra ela, viver e vivência é militância maior que qualquer discurso revolucionário. Pra ela o pensar voltado pra si e suas ações, além de contagiar os próximos e incomodar alguns, gera movimento e movimento é produção e produção tem resultados que podem impactar. 

Ela tem momentos de alegria quando pensa que as palavras podem ser ditas sem abrir a boca. E quando ela pensa que as mudanças são gradativas ela conclui que pode começar por ela. Porque pra ela, ser militante é estar disposto a morrer por uma causa e ela está disposta a morrer todos os dias pra se refazer melhor e melhor. Assim, ela mantém viva a esperança de revolução, mesmo sabendo que só poderá vê-la em si mesma. 


Élida Regina Pereira


domingo, 31 de agosto de 2014

Refeição

Me despertei pelo desejo de retribuir. Eu que não sou amante da cozinha, decidi deixar o sofá  e alegrar o meu, o nosso dia, cozinhando.

A príncipio fui tomada pela raiva de todas as vezes,  quando tenho a súbita vontade de cozinhar e encontro apenas carne moída no setor de 'misturas' da geladeira. Mas ela passou em segundos e comecei a cozinhar com carinho.

Cortei cebola bem picadinha, depois pimentão e amassei o alho com o pilão. Enquanto isso o feijão cozinhava. Fazia tudo com uma alegria cantante ao som da panela de pressão. 

Nas panelas ao lado, cozinhei o arroz e ovos para incrementar a salada. Não parei não! Descasquei os ovos, torrei o pão, ralei queijo... Lembrei de cortar o bacon! Fritei. Ficou pronta então, a salada ceasar.

Continuei. Terminei a carne acrescentando o coentro. Temperei o feijão... Tudo pronto! Quando se está fora do Brasil,  a simplicidade da comida brasileira se transforma em evento.

A mesa posta... Anunciei. -Está pronto! Era a oferta do meu amor a quem tanto me oferta. Momentos felizes, na maioria das vezes não são obtidos na ociosidade. Cozinhar é um ato de amor!


Élida Regina Pereira

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A Rota do Indíviduo

"E no mistério solitário da penugem, vê-se a vida correndo, parada, como se não existisse chegada..."
Djavan/ Orlando Morais



Daqui de fora, tenho apreciado a beleza de uma forma muita mais terna. Algumas coisas são melhores apreciadas quando não há interferências. Aqui, minha maior companheira tem sido a caneta. E a palavra de ordem que tem me acompanhado é equilíbrio. Há um tempo a questão que faço pra mim mesma, é:  Como equilibrar essas pernas curtas entre um lado e outro do mundo? Há um tempo, também descobri que levo a vida muito a sério e gosto disso!

Já tem um ano que cheguei desse lado do mundo e as mudanças internas são imensuráveis. A sensação de um retorno ao básico, é inevitável. E ao mesmo tempo é visível a transformação. É uma sensação de perda e ganho numa mesma jogada. Como é difícil lidar com a saudade da família, muitas vezes, com a solidão que nos afeta e a necessidade de aprender tudo de novo e de novo.  Essas vivências me fizeram regressar dez anos da minha vida e me fizeram envelhecer dez. 

Aprendi a amar a minha língua, a minha cultura, a minha pessoal história. Quando se mergulha em um mundo totalmente desconhecido e totalmente 'cru', o esforço terá sempre que ser maior para se adaptar. E quando mergulhamos em outro idioma e outra cultura é importante não deixarmos nossas raízes de fora. Então, tenho tentado o equilíbrio.

Do lado de cá, tenho selecionado o que quero ver e ouvir daí. Tenho arquivado em minha memória belezas brasileiras, que eu gostaria que o mundo todo entendesse a língua portuguesa e tivesse a mesma sensação que tenho ao apreciá-las. Tenho administrado meus dias, com todas as dificuldades, pra equilibrar as duas línguas, as duas culturas, os dois mundos.

O tempo aqui passa numa velocidade, que por mais que eu tenha tempo pra fazer tudo, nunca é o suficiente pra ver o progresso que eu gostaria. O tempo de aprendizagem parece que não caminha com o tempo real. A paz que existe nesse lugar nem sempre me penetra. Por mais que tenho tido uma paz que nunca tive antes, sou uma alma aflita. 

Tenho aprendido, que preciso apreciar as belezas do mundo. A vida vai passando e cada dia nos despedimos dela...


''na tarde distante... ferrugem ou nada."



Há dias tenho apreciado essa música que deu nome ao texto e me faz refletir sobre vida e beleza. Me vejo na mesma posição do Dominguinhos diante dessa música... meus olhos enchem de lágrimas e  aquela sensação indescritível de estar viva para apreciar essa obra.





Por
Élida Regina Pereira

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Amantes

Me deparei com a espontaneidade
dos amantes quando olhei pela janela.
Caminhavam em passos rápidos
E num abrupto ato...
Pararam,
Se beijaram,
Caminharam...

Amantes...
Eles são tantos,
as vezes, usam turbantes!

Ah! Essa janela...


Élida Regina Pereira


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Tosca opinião

Quem nunca ouviu a máxima "Todos merecem uma segunda chance"?!

Quando sofremos uma decepção pessoal, essa é uma das frases que nos vem a cabeça depois do assentamento das ideias.

Embora, por muitas vezes, não cedemos à tentação.

Mas, sempre haverá quem fique magoado e chore, mas, quando o tempo passa, decide dar aquela "segunda chance".

A Primeira chance foi cheia de virtudes sobressaltadas, qualidades admiradas, futuros projetados e aquela confiança, muitas vezes, exarcebada.

A segunda nunca será como a primeira. Foi construida uma barreira.

A segunda chance é cheia de receios e marcada por palavras lançadas no rosto alheio.

A desconfiança será sempre a dona da casa.

Já não haverá conversa sobre todas as coisas.

Haverá  alfinetadas nas horas da raiva.

E sempre haverá aquela pausa pra pensar porque está ali... e lembrará que existe ou existiu amor.

Que as qualidades superaram o errar.

E então você se arrependerá por uma coisa ou por outra, mas se arrependerá.

Seja por alfinetar ou por amar.

Élida Regina Pereira

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Minha Bossa

Minha melancolia devia ser melodia.
Tipo bossa, que é melodia triste,
É autentica e subsiste.

Minha melancolia foi julgada incapacitada,
Foi atordoada!

Minha Melancolia deve ser exposta.
Porque  tenho o 'q' da tristeza,
Mas em mim... Ela é alteza.

Minha melancolia, como a bossa,
Não tem fossa e é formosa!

Minha Melancolia é melodia,
Que foi vaiada,
por uma arquibancada desalmada.

Minha melancolia é pra quem tem a alma,
pulsando na palma.

Minha melancolia é cortante,
E como bossa, pode ser também...
DANÇANTE!


Élida Regina Pereira

domingo, 17 de agosto de 2014

O Mistério do Palhaço

Fui laçada pelo mistério do palhaço.
Ele surgiu  caminhando no centro histórico,
As crianças gritaram alvoroçadas,
As moças também!

Tudo nele é mistério pra mim.
O rosto colorido...
Ele é bonito, e pelo jeito,
Distingido ele é também.

Ele não fala,
Não tenta fazer ninguém rir...
E todos ali...
Não gargalham, mas sorri!

Esse palhaço é envolto em mistério...
O que faz ele rir?
Será que ele chora de dor?
Se ele chora de dor...
Queria eu, ser artista assim,
Sorrir com dor, pra fazer outro rir.

Será que ele gosta de poesia?
Ele me ofereceu um coração.
Mas não era exatamente o dele,
(Talvez fosse um pedacinho)
Era um coração bem pequenininho,
Em papel dobradinho,
Num plástico em forma de saquinho.

Quando abri...
As letrinhas,
bonitinhas, diziam:
Gentileza.

Ri...
Sorri!

Élida Regina Pereira

Texto publicado no projeto palavra é arte- poesia 100 ed.

Manhã Marinada

A água do banho,
A olhadela no mar,
As Lágrimas...
Na caminhada na chuva,
Hoje a manhã foi úmida.

Tanta coisa fora de alcance...
Aquele mar imenso,
As regras,
A vida das outras pessoas,
A minha chance.

Nessas águas encontradas,
A alma tornou-se cálida,
O mar casou-se com as lágrimas,
Foi manhã marinada.

Élida Regina Pereira





sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Laço

Ele já não reclama das coisas que eu faço,
Não se incomoda com o arroz queimado.
A Necessidade é o compasso,
É facilidade na execução do laço.

Élida Regina Pereira

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Vergonhas

Me peguei no ato despretensioso, distraído,  de levar a mão ao rosto e contorcer o corpo na tentativa de negar ou esquecer que um fato ocorreu.

Quisera eu, que sou tímida, que algumas memórias ficassem apenas comigo. Mas, por decorrência de um fato lógico e real, que é, não estar sozinha no mundo e ainda viver em um mundo cheio de camêras  e  trocas de informações rápidas, carrego vergonhas comigo e todas elas tem registros. Podem ser facilmente rastreadas.

Mesmo que as vergonhas não se mostrem, não se provem (talvez não deveriam ser chamadas de vergonhas, talvez sejam mais um constrangimento, ou um pequeno constrangimento),  elas estão sempre registradas na memória de outras pessoas, nas fotos, nos vídeos e sendo relembradas nas conversas em família.

Minhas vergonhas são relacionadas à infância, às vezes que eu bati o carro ( e sempre houve alguém pra rir), quando eu rolei nas dunas de areia e caí no rio (isso não foi na infância, na verdade, não completou um ano que isso ocorreu) e algumas outras. Está tudo registrado em videos, fotos e memórias alheias que eu não quero ver ou ouvir sobre.

Algumas vergonhas eu  me lembro vagamente, outras ainda estão cicatrizando e outras são apenas engraçadas. Quando me peguei nesse ato de negação do fato ocorrido, ou apenas uma tentativa involuntária de negação, cheguei a conclusão que as minhas vergonhas sempre ocorreram durante um processo de adaptação e aprendizagem.

Talvez, isso explique porque me sinto tão pressionada durante um processo de aprendizagem. A vergonha é um sentimento que marca e  são lembranças que quando menos se espera, elas retornam. Mas o fato é que, a vergonha só se potencializa se houver platéia. Concluo, somos muito cruéis uns com os outros.

Como se não bastasse passarmos as nossas próprias vergonhas, eu e muitas outras pessoas ainda sofremos de vergonha alheia. Essa vergonha alheia está muito relacionada ao um ponto de vista muito egoista do mundo, há uma limitação de ser. O que nos dá o direito de sentir vergonha de um ato alheio?

Sinto que minhas  vergonhas não tem conexão com arrependimentos, as vejo mais como pegadas do meu caminho de superação. E isto me consola... não completamente, mas consola!




Élida Regina Pereira




O Deslizar das mãos

Escorre delicadeza,
Com a maciez perfumada
Essa palavra engasgada,
Cuspida na fala...
Das mãos!

Enxuga sutileza,
Essa frangância entornada
Em pele rachada,
Curada com a tala...
Das mãos!

Desliza com leveza,
Na alma embrulhada
Na palma rosada,
Que a terra badala...
Com o deslizar das mãos!

Élida Regina Pereira


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Queria descrever alegrias


Gostaria de ser capaz de descrever um simples momento de alegria.  Esses momentos tão raros e rápidos. Mas, não sou dotada de talento pra esse lado mais fugaz da vida.

Outro dia, sonhei que estava correndo, correndo de uma forma que a realidade jamais me permitiria! O sonho me presenteou com essa sensação e quando acordei, ainda cansada da corrida, faltou palavras pra descrever sensações tão realísticas . Uma sensação tão única, que continuará única.

Me vejo agora, com a inocência de uma menininha, reivindicando:
-- Não devia nos faltar palavras diante do mundo!
Pelo menos, diante do meu mundo. Mas falta!

Queria descrever quando me sinto pisoteando meu medo e o sorriso em  meu rosto quando imagino  ele no chão. Quando caminho sobre pedras e todas elas tem meu rosto. Quando atravesso a porta e encaro com coragem o não.

As palavras vem até mim,  quando a sensação é longa. As alegrias são curtas, e mesmo que não sejam, elas parecem curtas. Preciso de um tempo longo pra digerir emoções, mas alegrias são fugazes!

Queria descrever alegrias... É só um desejo.
Me tranquilizo, porque nem sempre é preciso palavras. Nem tudo no mundo... é palavra.


Élida Regina Pereira






Observatório

O moço decidiu lavar as rodas da bicicleta na poça da chuva.
Roda a roda na poça da chuva,
Limpa a roda na água suja!

Élida Regina Pereira

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A Parede e o Espelho

Do canto de cá, revejo o dia que a parede foi meu braço,
meu Abraço.
Caminhei, caminhei e encontrei apenas o Não!
Aquele não que eu mesma levei, e pesou na bolsa.

Minhas pernas trançaram procurando um conforto,
e eu encontrei essa parede,
Que me amparou em desconsolo.

No chão, com ela em minha proteção, eu chorei!
Ela viu minha ferida...
Semifluida.

Caminhei até o espelho,
e escrevi com batom vermelho:
Seja Forte, Seja Corajosa e Seja Melhor.

Tive sono...

Élida Regina Pereira


terça-feira, 29 de julho de 2014

Em vão

Um dia eu chamei teu nome e
Ecoou fundo no escuro.
Ficou a saudade de um nada,
Talvez um nome, numa voz sufocada.

Meu coração foi colado na jaula,
pulsou muito, mas
não pode resistir.
Queria mesmo era sentir,
aconchego em si.
Mas você...
não se apresentou pra mim!

Então,
o que sobrou
foi uma imagem projetada,
numa memória encabulada...

Foi em vão!


Élida Regina Pereira


domingo, 20 de julho de 2014

Passarinho

Eu, sentada num banquinho,
pousou um pasarinho e
começou a cantar.
Do meu ladinho,
ele cantou e cantou.

Eu,  vestida de solidão
Senti o canto a me esquentar.
E eu?!
Nem sabia que canto aquecia!


Élida Regina

Texto publicado no projeto palavra é arte -poesia 100 ed.

Bom Dia Mundo!

Hoje decidi não saudar a angústia,
Tive um daqueles sonhos bonitos,
Onde meu futuro era feliz...
Levantei sem a pretensão da real existência,
Mas mesmo sonolenta,
Até a janela andei,
E quando olhei,
Encontrei o mundo acordado,
sorrindo e aplaudindo meu sonho.
Bom Dia Mundo!

Élida Regina

sábado, 19 de julho de 2014

Lacinho (HIV)


Ah! Atrás desse brochinho em forma de lacinho amparado por seios, tem anseios e devaneios.
Ah! Atrás desse brochinho em forma de lacinho tem tanto amor, mas também tem dor.
Ah! Atrás desse brochinho em forma de lacinho tem tanta garra e amarras... Mas ampara!
Ah! Atrás desse brochinho em forma de lacinho tem falta de informação,  tem revolução e evolução.
Ah! Atrás desse brochinho em forma de lacinho tem boa intenção,  tem doação e afirmarção.
Ah! esse brochinho em forma de lacinho é luta... 
É contestação!

Cansaço

Enquanto eu penso...
Cansada de uma mediana existência,
De um duelo entre mim e mim mesma,
De incertezas e ausências...
Observo o rapaz enquanto canta...
E o que deveria ser sereno,
É veneno!

Porque ele canta?
mesmo cansado de uma semana crusta,
Ele canta!
E eu?
Me culpo por estar sentada...
Sendo injusta!

Eu só queria descançar,
de mim mesma!


Élida Regina

terça-feira, 17 de junho de 2014

Simone's da Minha Vida

Elas passaram e deixaram seus perfumes,
Seus cardumes de boa impressão,
Suas lições de amorosidade, amizade e compreensão.
Umas me mostraram como lidar com o lado doloroso da vida,
Outras me mostram como sorrir, como reagir, como seguir...
Umas se foram e continuam presentes, outras apenas foram.

Tem a Simone Preta, que era mãe solteira, batalhou, batalhou e se tornou enfemeira. Na minha adolência foi minha amiga, conselheira e companheira.

Tem a Simone minha prima, que é a definição do "doce em pessoa", Simone é amor, carinho e simpatia. Nunca a vi um dia sem sorrir, basta vê-la que o dia colore!

Tem a Simone Adriana, que ficou por alguns momentos, mas marcou com sorriso e gentileza!

Tem Simone de Beauvoir que deixou sua marca na história e em mim, entender seu pensamento e sua história, me faz forte e não sozinha. É  inteligência e referência literarária!

E pra fechar, tem Nina Simone, que é a expressão artística que me eleva! Me conecta comigo mesma e com tudo que eu amo!  É a junção de música e vida!

Simone's me ajudaram e me ajudam a me enxergar melhor
e rever todos os dias meu comportamento.
Simone's me mostram que a vida é construção,
Que sempre existe a possibilidade de extensão de si mesmo,
Que padrões não importam.... 
Que é preciso manter a "lucidez" pra me manter viva!

São elas, as sensacionais Simone's da minha vida.

Élida Regina


terça-feira, 15 de abril de 2014

Voz

Gosto de derramar meus excessos! Exponho minhas contradições porque a sensibilidade me acompanha! Que essa seja minha companheira! Que ela me dê voz! Quando tenho voz, ganho força. Sem voz me esvaio e me vejo desfalecer!
Sou dor e só terei alívio dessa experiência agonizante, vida, com a morte!
Enquanto isso vou me esgarçar e se preciso... Gritar!
Sou carne ferida! Sou faces milhares!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Entre a Podridão

Aprender em sua maior parte traz sofrimento... Quem sai em busca de boas emoções, geralmente passa pelo longo caminho da decepção, da dor, do sofrimento, tentando encontrá-las. Refletir sobre aprendizado, me faz lembrar de varias situações humilhantes. As vezes me sinto em cena de filme com alucinações psicóticas. Vejo bocas gargalhando, gritando e diferentes expressões faciais. Todas as expressões que já existiram em minha vida! Talvez essas lembranças venham se aflorando pelo simples fato de situações semelhantes terem voltado a acontecer.
Toda noite eu penso o quão  humilhante e vergonhoso pode ser o processo de aprender... embora nos transforme e nos empodere! Muitas vezes, me sentindo desiludida na transformação do mundo, caminho num sonho de encontrar a paz em mim mesma, num lugar tranquilo, mais conhecido como "meu lugar ao sol", mas, quanto mais pessoas encontro, leio e assisto noticias sobre o mundo, mais a realidade se concretiza, fazendo desaparecer esse caminho e simplesmente, o sonho se transforma naqueles pesadelos caindo num abismo!
Quando saímos em busca da troca, muitas vezes saímos com uma visão romântica do que iremos encontrar. As vezes imaginamos que iremos encontrar as portas e as pessoas abertas pra nós, mas nem sempre isso acontece. Carregamos conosco a imagem e os estereótipos do nosso país, que nem sempre, ajudamos a construir, mas a imagem reflete em nós.
Vou relatar aqui um ponto de vista extremamente pessoal, que parte de uma experiência pessoal. Infelizmente, até agora, tenho tido péssimas experiências com indianos, mas isso não significa que irei generalizar uma nação baseada em uma dúzia deles que cruzaram meu caminho. Mas uma dúzia, me deixou intrigada a ponto de relatar aqui. A primeira coisa que me incomodou foi o primeiro tratamento que eles me deram. Sempre com muita arrogância. Sempre com um certo desdém em relação a minha nacionalidade, até chegarem ao extremo como gritar, dizer palavras ofensivas sem nem mesmo me conhecer. Acho que não vem ao caso expor detalhes aqui. O que tenho percebido, é uma imensa subjugação em relação aos outros. Isso está relacionado à uma série de fatores e não é um comportamento exclusivo dos indianos, inclui outras nacionalidades e obviamente, os próprios brasileiros, mas, a freqüência dos fatos mais marcantes, vieram deles. Isso me faz refletir mais sobre o ser humano em geral, não importando a nacionalidade.
O que eles nunca esperam é encontrar alguém que argumente! Muitos imigrantes se vêem numa situação tão difícil, e de fato é difícil até que você se estabilize,  que acabam se subordinando. Eu nunca tinha percebido a força da argumentação tão intensamente. Pessoas que argumentam tendem a ser odiadas. Confesso, que próximo dos meus trinta anos de idade, estou mais que cansada da falta de justiça e respeito. É bem difícil ficar calada em várias situações. Ainda assim, tenho engolido muita coisa... Mas tenho expelido muitas outras.
Quanto mais eu tenho aprendido sobre diferentes culturas, diferentes pessoas e muitas vezes  chego a admirar a convicção com que defendem seus  argumentos para aquilo que chega a ser ridículo, como a opressão feminina, defendida com os argumentos que já conhecemos, baseados no "cuidado". Ainda me surpreendo como eles  enxergam ou não enxergam seus mundos. Tenho perguntado a algumas mulheres o que elas pensam sobre suas condições e a unica resposta que obtive até agora foi: São as nossas tradições!
As bases de podridão no mundo estão bem consolidadas. Não existe espaço para a reflexão. Somos julgados a todo o momento pelo estereótipo que o próprio Brasil construiu. Sofremos pelas bases bem fundamentadas do racismo, que muitas vezes não são explícitas, mas se fazem presentes. Ainda posso acrescentar as bases do machismo ligado a comercialização da mulher brasileira, onde sofremos várias abordagens como se fossemos todas prostitutas (só lembrando, DEFENDO o direito das mulheres de fazerem o que elas quiserem com seu próprio corpo). É bem maçante ter que explicar as construções de estereótipos pra alguém que te vê como uma mercadoria.
As concepções maquiavélicas estão bem estabelecidas, as pessoas não se reconhecem como humanos uns nos outros. Está  tudo concretizado em castas e classes e nenhum interesse é maior do que o que em si próprio.  A estupidez humana, de fato, não tem limite!

Élida Regina


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Alcohol

A vela apagada
A vida parada
A taça regada
A bebida entornada.

Sentir se bêbada
É entrar em si mesma
Encarar com clareza
A real natureza.

Eu rodei meu universo,
Vi a vida em seu inverso
Nem pensei no resto
E abracei em protesto.

Desejar o futuro
É querer o mundo
Mergulhar no profundo
Mesmo no escuro.

O choro escorrido
O lamento exibido
O erro polido
É reflexo, do trajeto escolhido.

A saudade é veneno
Sutil e elegante como o vento
Corrói em seu tempo,
Destrói por dentro.

Nem sempre, o sonho é bonito
Nem sempre é colorido
Nem sempre é dolorido
Não precisa ser sofrido.

Ninguém é Feliz por Completo
Se tem um pouco falta o resto
Se não tem pretexto
Tem excesso...

De vida!


Élida Regina

OCEANIA

As convicções que pareciam sólidas rochas, na verdade, eram de gelo e na travessia do oceano, simplesmente se derreteram. Desde que cheguei nesse continente, muita coisa mudou em mim. As certezas se foram e o que era um mundo distante, apenas um vulto indefinido, se materializou, se integrou ao meu e nasceu!
Agora... Além de saber o que é começar, sei o que é recomeçar. Sei o que é partir e chegar e o que é vivenciar chegadas e partidas. Sei que essas partidas deixam saudade e alegram as lembranças quando retorno a chegada através delas. Agora... Sei também como é ter a sensação de nascer num corpo desenvolvido, num mundo sem compreensão!
Nessa etapa, sorri, vi paisagens jamais imaginadas, encontrei pessoas encantadoras, troquei experiências, aprendi sobre cultura e história, aprendi que a humildade é bem vinda em todo lugar, aprendi sobre a vida e ainda estou aprendendo o idioma. Nessa etapa, me vi fracassar, me desesperei, chorei, me acalmei, enxuguei as lágrimas, vi os problemas passarem... E cada dia, é um recomeço!
Aqui, confirmei que o mundo é similar em sua base e não adianta procurar escape. Confirmei também, que não sei nada sobre nada! A visão de um ângulo só é nula!
Toda essa vivência me ensina e intriga... E eu indago:
Como esticar essas pernas curtas pra me equilibrar entre um lado e o outro do mundo? O mundo é grande e pequeno e a vida é momentos!
Onde encontrar pessoas que queiram ver o que existe por baixo da economia?
Quem se importa com o que sobrará no Sudão, na África central ou na Síria?
Como destruir uma imagem que "acidentalmente consciente" refletiu em mim?
Como equilibrar o ódio e o amor pelo mesmo objeto?
Humanos são humanos em suas contradições de uma ponta a outra do oceano. 
O sonho sem força é simplesmente sonho! A vida vai passando e cada dia estamos mais próximos da morte!
Concluo,
O conhecimento é grande demais pra caber em mim.
A alegria é fugaz demais pra se manter em mim.
A tristeza é intensa demais pra não marcar... Ela ensina!
Dentro dessa selva dúbia do meu EU... Encontrei força!

"O dia vai raiar, pra gente se inventar de novo!"
Cícero


Élida Regina