Ao perceber que desci errado, no
mesmo momento dei sinal pra entrar em outro ônibus. O ônibus parou e o
motorista me olhou com um olhar agressivo que demonstrava intenções sexuais, e
eu entrei. A bolsa pesada, juntamente com a filmadora dificultou um pouco a minha
subida no ônibus, mas subi. Remexi na bolsa procurando as moedas e encontrei o
valor de dois reais e cinqüenta centavos para pagar a passagem, mas, o
motorista me informou que o valor da passagem era nove reais. Me assustei, automaticamente disse que ia
descer (afinal de contas contei as moedas para pagar dois reais e cinqüenta,
não tinha nove reais). O Motorista nervoso disse que eu não iria descer e
fechou a porta. Entrei em pânico. Ele insinuou com um olhar que eu iria
pagar nem que fosse sexualmente.
Uma mulher deu sinal e o motorista
parou o ônibus. Ela entrou no ônibus,
pagou a passagem e empurrou a catraca. Aproveitei a oportunidade e empurrei com
toda força que tenho e passei também a catraca com a intenção de descer pela
porta traseira, mas o motorista fechou a porta ( ônibus estava vazio, só tinha
eu e a mulher). No desespero surgiu em mim uma força que normalmente não tenho.
Empurrei a porta, consegui abrir e desci do ônibus em movimento (quase me “estatelei”!).
Saí correndo e o motorista desceu
do ônibus falando ao telefone extremamente nervoso. Continuei a correr e pedi
ajuda para uma moça magrinha, negra que estava na rua: --“Por favor, me ajude a
me esconder!”, ela me puxou pela mão sem me perguntar nada e me levou pra
dentro de um bar ( é tão raro alguém embarcar numa dessa sem saber de nada!),
eu fiquei lá agachada, aguardando em
pânico. Em alguns minutos começou a surgir um número razoável de pessoas a
minha procura.
Uma mulher negra com tranças veio
investigar (provavelmente uma policial, a pedido do Sr. Motorista). Parou num
carro vermelho e perguntou se alguém havia visto uma pessoa com as minhas
características. Todos negaram e no mesmo momento eu me levantei e apareci. Ela
olhou pra mim desconfiando que seria eu quem ela procurava. Numa atitude
desconfiada, pediu pra que eu me virasse, pra observar se o meu quadril correspondia
às características em questão. Ficou na dúvida e apertou a minha a mão como se
estivesse se despedindo. Olhou bem nos meus olhos e agiu como se estivesse
recebendo um ser espiritual que dizia que era eu quem ela estava procurando
(surreal). Num ato de desespero e defesa eu comecei a bater palma e rir
ironicamente e ainda disse a ela que ela
era uma atriz mediana. Ela me dirigiu um olhar curioso e eu firme na minha
ironia, reforcei dizendo: Existem três níveis: baixo, médio e alto... Você é
mediana!! Essa atitude começou a
irritá-la, logo apareceram pessoas que se apresentaram como meus amigos, me propondo ajuda. Nesse instante eu fiquei desesperada, sem
entender o que estava acontecendo (parecia até pegadinha, mas com muito drama!).
Logo apareceu um conhecido, que era
verdadeiramente meu amigo, me abraçou e eu comecei a chorar. Enquanto eu choro,
a mulher, já fora do bar, grita extremamente nervosa comigo, mas não consigo
compreender nada do que ela diz. Na sequência chegou uma ex-amiga (estávamos sem
nos falar, pois havíamos brigado) pra me ajudar. Ainda com um estranhamento do
que de fato aconteceu entre nós, ela me disse que iria arrumar um lugar pra eu
ficar, até resolver e entender o que estava acontecendo. Nesse momento eu
estava cercada de “amigos” que eu nem conhecia. Ela pediu pra que eu fosse até um prédio próximo
ao local, disse que lá havia uma pessoa chamada Débora que iria me ajudar. Antes de ir, eu olhei pra ela e disse em voz
alta, me aproximando para abraçá-la: “Eu te amo e te amei cada segundo que você
esteve longe!”, nos abraçamos e ela disse: “Eu também te amo”. Segui até o
prédio acompanhada dos meus “amigos”.
Quando eu entrei no prédio, vi
que era um prédio belíssimo, de luxo. Tinha uma iluminação ótima, móveis
claros, era um lugar muito bonito. Subindo a escada eu passei em
frente de dois apartamentos. De um lado, um dos apartamentos estava com
a porta semi-aberta e eu pude ver que estava havendo uma sessão espírita onde uma
senhora psicografava. Olhei pra o outro lado e vi uma moça belíssima, bem
arrumada com tons claros, uma blusa bege, uma saia azul clara e um sapato
escarpam prata sentada naquele belíssimo quarto, totalmente estática em uma
cadeira de rodas. Tudo me pareceu muito sinistro.
Chegamos ao apartamento da Débora
que iria me abrigar. Batemos na porta, eu e meus “amigos”. Ela abriu a porta. Tinha
um aspecto de uma pessoa louca, uma camisola bege longa e larga, cabelos
cacheados até o pescoço, usava óculos e tinha trejeitos que me fez pensar que
era louca. Demonstrava uma inquietação e uma falta de constância no olhar, mas me abraçou e me perguntou com entusiasmo, se
eu era a Élida e disse: Seja bem vinda!
Quando entrei no apartamento com
os meus amigos, entrei em desespero, não me sentia segura ali dentro e sabia
que lá fora também o perigo me aguardava. Comecei a chorar novamente,
completamente desesperada, segurando os cabelos, quando o telefone tocou...
Agora não é mais sonho é realidade,
acabo de ser salva do pesadelo!
Foi apenas um sonho... Era minha
irmã me ligando!!
Kkkkkkkkk
Élida Regina
nossa, que história kkk
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