segunda-feira, 22 de abril de 2013

Aconteceu Comigo!

Saí de casa para filmar,  com uma bolsa atravessando o meu ombro e, paralelamente a bolsa, uma filmadora (que era profissional!). Fui seguindo com intenções de chegar até o centro da cidade de São Bernardo do Campo, peguei um ônibus, mas desci no ponto errado! Me senti confusa. Ao mesmo tempo em que achei que estava numa rua entre o Jardim Nascimento e Nova Petrópolis,  estava em Mauá.
Ao perceber que desci errado, no mesmo momento dei sinal pra entrar em outro ônibus. O ônibus parou e o motorista me olhou com um olhar agressivo que demonstrava intenções sexuais, e eu entrei. A bolsa pesada, juntamente com a filmadora dificultou um pouco a minha subida no ônibus, mas subi. Remexi na bolsa procurando as moedas e encontrei o valor de dois reais e cinqüenta centavos para pagar a passagem, mas, o motorista me informou que o valor da passagem era nove reais.  Me assustei, automaticamente disse que ia descer (afinal de contas contei as moedas para pagar dois reais e cinqüenta, não tinha nove reais). O Motorista nervoso disse que eu não iria descer e fechou a  porta. Entrei em  pânico. Ele insinuou com um olhar que eu iria pagar nem que fosse sexualmente.
Uma mulher deu sinal e o motorista parou o ônibus.  Ela entrou no ônibus, pagou a passagem e empurrou a catraca. Aproveitei a oportunidade e empurrei com toda força que tenho e passei também a catraca com a intenção de descer pela porta traseira, mas o motorista fechou a porta ( ônibus estava vazio, só tinha eu e a mulher). No desespero surgiu em mim uma força que normalmente não tenho. Empurrei a porta, consegui abrir e desci do ônibus em movimento (quase me “estatelei”!).  
Saí correndo e o motorista desceu do ônibus falando ao telefone extremamente nervoso. Continuei a correr e pedi ajuda para uma moça magrinha, negra que estava na rua: --“Por favor, me ajude a me esconder!”, ela me puxou pela mão sem me perguntar nada e me levou pra dentro de um bar ( é tão raro alguém embarcar numa dessa sem saber de nada!), eu fiquei lá agachada,  aguardando em pânico. Em alguns minutos começou a surgir um número razoável de pessoas a minha procura.
Uma mulher negra com tranças veio investigar (provavelmente uma policial, a pedido do Sr. Motorista). Parou num carro vermelho e perguntou se alguém havia visto uma pessoa com as minhas características. Todos negaram e no mesmo momento eu me levantei e apareci. Ela olhou pra mim desconfiando que seria eu quem ela procurava. Numa atitude desconfiada, pediu pra que eu me virasse, pra observar se o meu quadril correspondia às características em questão. Ficou na dúvida e apertou a minha a mão como se estivesse se despedindo. Olhou bem nos meus olhos e agiu como se estivesse recebendo um ser espiritual que dizia que era eu quem ela estava procurando (surreal). Num ato de desespero e defesa eu comecei a bater palma e rir ironicamente e ainda disse a  ela que ela era uma atriz mediana. Ela me dirigiu um olhar curioso e eu firme na minha ironia, reforcei dizendo: Existem três níveis: baixo, médio e alto... Você é mediana!!  Essa atitude começou a irritá-la, logo apareceram pessoas que se apresentaram como meus amigos,  me propondo ajuda.  Nesse instante eu fiquei desesperada, sem entender o que estava acontecendo (parecia até pegadinha, mas com muito drama!).  
Logo apareceu um conhecido, que era verdadeiramente meu amigo, me abraçou e eu comecei a chorar. Enquanto eu choro, a mulher, já fora do bar, grita extremamente nervosa comigo, mas não consigo compreender nada do que ela diz. Na sequência chegou uma ex-amiga (estávamos sem nos falar, pois havíamos brigado) pra me ajudar. Ainda com um estranhamento do que de fato aconteceu entre nós, ela me disse que iria arrumar um lugar pra eu ficar, até resolver e entender o que estava acontecendo. Nesse momento eu estava cercada de “amigos” que eu nem conhecia. Ela  pediu pra que eu fosse até um prédio próximo ao local, disse que lá havia uma pessoa chamada Débora que iria  me ajudar.  Antes de ir, eu olhei pra ela e disse em voz alta, me aproximando para abraçá-la: “Eu te amo e te amei cada segundo que você esteve longe!”, nos abraçamos e ela disse: “Eu também te amo”. Segui até o prédio acompanhada dos meus “amigos”.
Quando eu entrei no prédio, vi que era um prédio belíssimo, de luxo. Tinha uma iluminação ótima, móveis claros, era um lugar muito bonito. Subindo a escada eu passei  em  frente de dois apartamentos. De um lado, um dos apartamentos estava com a porta semi-aberta e eu pude ver que estava havendo uma sessão espírita onde uma senhora psicografava. Olhei pra o outro lado e vi uma moça belíssima, bem arrumada com tons claros, uma blusa bege, uma saia azul clara e um sapato escarpam prata sentada naquele belíssimo quarto, totalmente estática em uma cadeira de rodas. Tudo me pareceu muito sinistro.
Chegamos ao apartamento da Débora que iria me abrigar. Batemos na porta, eu e meus “amigos”. Ela abriu a porta. Tinha um aspecto de uma pessoa louca, uma camisola bege longa e larga, cabelos cacheados até o pescoço, usava óculos e tinha trejeitos que me fez pensar que era louca. Demonstrava uma inquietação e uma falta de constância no olhar, mas  me abraçou e me perguntou com entusiasmo, se eu era a Élida e disse: Seja bem vinda!
Quando entrei no apartamento com os meus amigos, entrei em desespero, não me sentia segura ali dentro e sabia que lá fora também o perigo me aguardava. Comecei a chorar novamente, completamente desesperada, segurando os cabelos, quando o telefone tocou...
Agora não é mais sonho é realidade, acabo de ser salva do pesadelo!
Foi apenas um sonho... Era minha irmã me ligando!!
Kkkkkkkkk

Élida Regina

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