sábado, 27 de abril de 2013

De poucos amigos...


Amizade sempre foi sinônimo de coisas boas, bons sentimentos, ótimas parcerias.  Mas na real... Nem sempre é assim!  Muitas vezes as amizades são invasivas, cheias de cobranças... Até parece um emprego! É evidente que isso acontece pela lógica atual da sociedade, pelo que nos transformamos. Somos seres egoístas, interesseiros e nunca estamos pensando no bem comum, sempre no nosso próprio umbigo (isso em âmbitos gerais).  Muitas pessoas não querem admitir, mas todas as relações são baseadas na troca (dependendo a troca isso é maravilhoso). Mas... E as pessoas que não estão interessadas nessas "parcerias", que são quase empresariais (de tanta obrigação), estão condenadas a NÃO ter muitas vezes, seus sentimentos correspondidos? Talvez sim!!
Sou uma pessoa muito reservada, que não me incomodo em passar um final de semana inteiro em casa, sozinha, sem falar com ninguém. Adoro viver assim!! Ler um texto, assistir um filme, misturar tintas, pintar um quadro... preciso desses momentos pra saber o que penso e o que sinto (Tá.... você pode estar pensando como-eu-só-penso-em-mim!)! É ISSO QUE EU QUERO!! EXATAMENTE ISSO!! PENSAR EM MIM!! Porém, essa decisão foi tomada exatamente por pensar também no outro!
Passei uma fase da minha vida, cheia de pessoas que eu admirava e admiro até hoje, sem saber quem eu era. Deixava que as pessoas falassem por mim, me adequava ao que era mais aceito por elas. Mas, chega um momento que devemos dizer: - "Opa!! pera aí!!" Eu penso!! Sou capaz de desenvolver habilidades, de falar por mim e me libertar dessa relação que eu mesma me coloquei!!" Se eu não estou bem e confortável com esse tipo de relação,consequentemente o outro não estará.
Sempre que penso nas amizades que estão fora dos meus laços consanguíneos e conjugal, percebo que não obtive sucesso nelas, nunca consegui mantê-las na forma que se espera uma amizade. Espera-se, que uma amizade seja  parceria e presença contínua. Sempre magoei as pessoas que considerei amigas, geralmente por minha ausência. Quando vivenciei uma situação de extrema dor pelo término de uma amizade, fiz uma escolha:  Não quero ter amizades "colas"! Tenho laços de amor e amizade muito forte com a minha família e meu amante (realmente amado), que é o único que eu tenho constantemente comigo. Tem um número gigantesco de pessoas que eu tenho sentimentos afetuosos!! Quero ter um número de pessoas ao meu redor, que me possibilite também pensar em mim! Essas amizades repletas de obrigações  nos sugam a ponto de não termos tempo pra nós! É muito importante pra todos, saber quem é ou está, para se colocar no mundo. Se dedicar apenas ao outro, ou criar conflitos pela falta de dedicação e ainda insistir que é o amigo presente que o outro espera, não é saudável pra ninguém. Passei por isso... sofri e fiz outras pessoas sofrerem.
Aprendi com uma pessoa que amo muito e sempre soube respeitar e exigiu respeito em relação ao tempo que queremos pra nós, que EU SOU A MINHA MELHOR AMIGA... Não existe melhor amigo pra você do que você mesmo! Era o que ela sempre dizia... guardei isso pra mim! Sendo uma boa amiga pra mim, serei uma boa amiga para outros. Como seres sociais não conseguimos viver sozinhos e acredito que nem é isso que queremos... Queremos amar e  ser amados!  Mas definitivamente, não quero  amizade com obrigações.
Ser introspectiva e meio anti-social não quer dizer que não penso em nada além de mim! Perceber que o que temos pra oferecer muitas vezes magoa mais o outro do que o fortalece, nos faz tomar essas ou outras decisões, pensando em nós E no outro!!

Élida Regina



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